Grou se encontra em um lugar que lhe era muito familiar...familiar até de mais, via-se o crepúsculo no horizonte de cima de uma colina, mas ainda todas as flores ao seu redor estavam abertas, o clima estava muito mais frio do que ele sentira a pouquíssimos momentos atrás, era uma sensação de Déjá vu, Eduardo não se lembra o que fazia antes de estar naquele lugar, não trajava mais a armadura.
O cavaleiro se levanta de onde estava sentando ao meio das flores, e reconhece o local como seu antigo refúgio na Russia, o local onde ele ia para refletir, mas algo não esta certo...nada esta certo naquele lugar, então Eduardo vai em direção à sua antiga casa, e quanto mais chegava perto mais sua frequência cardíaca aumentava, aparentemente, sem nenhuma razão, e um frio sobe na sua espinha a cada passo que ele dava, mas mesmo assim seguia em frente, Grou toca o peito e leva as mãos a cabeça e diz:
- Não esta certo, não esta certo...tem alguma coisa muito estranha aqui...
Então começa a correr e ele continuou seguindo até adentrar a residência, onde encontra uma silhueta com um liquido escorrendo pelos braços, o qual logo se percebe ser sangue, quando a estranha figura deixando dois corpos dilacerados ao chão se aproxima em uma velocidade extraordinária e tocando no rosto de Eduardo manchando com o sangue de seus recém falecidos pais e diz:
- Me foi confiada a missão de exterminar estes dois grandes obstáculos, mesmo após finalmente conquistar sua armadura de Athena, você não foi capaz de proteger seus pais, você não é capaz de proteger ninguém...Todos ao seu redor morrerão miseravelmente, e você será o ultimo, para aproveitar cada segundo do sofrimentos de todos que sentem algum apreço por você!
Os olhos de Grou se abrem refletindo um imenso temor, seu corpo treme, mas ele não consegue se mover, em um piscar de olhos pilhas de corpos aparecem ao seu redor, a dor no peito é dilacerante, o cavaleiro mal consegue respirar, os corpos de seus pais caem em seus braços, à sua frente seus mais novos companheiros cavaleiros aparecem mortos, lágrimas escorrem dos olhos de Eduardo, ele parece ter perdido a vontade de lutar contra seu estranho Karma.
Então a figura esboça um sorriso maligno no pouco do rosto que se via naquela escuridão por entre os panos de suas vestes, e simplesmente desaparece, porém sua ultima frase continua ecoando na mente de Grou, agora ajoelhado, trajando sua armadura, ainda sentindo o calor do sangue de seus pais que escorre em seu rosto, então ouve-se um urro que parece rasgar a garganta do cavaleiro.
- NÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃO!!!
E agora com sua feição coberta por uma ira incontrolável pensa consigo mesmo:
-"Isso não pode ser verdade, isso não pode ser verdade, eu tenho...eu devo lutar contra este destino, eu vou lutar contra este destino de mortes, eu sou capaz de proteger TODOS ao meu redor, eu protegerei TODOS ao meu redor!"
E nota-se figuras dos aldeões de sua vila, dos antigos guerreiros deuses, dos antigos cavaleiros de Athena e de seus pais surgirem em uma forma de luz ao seu redor enquanto ele se levanta ao poucos, seus cosmos queima, seus olhos brilham em tons de verde, os quadros, móveis antigos, as tábuas do chão, tudo ao seu redor começa a ter sua forma levemente alterada, sua psicocinése está no ápice, o teto se abre iluminando o local com a luz da Lua cheia que surgira após o crepúsculo, ele toca seu rosto ainda sentindo o calor do sangue de seus pais se esvaindo e sua garganta estrala emitindo um outro som, ouve-se um grito de fúria.
- AAAAARGH!